Academicismo e dados: a universidade que ninguém vê
Nelson Caetano Alves é atualmente técnico acadêmico da Universidade. Formou-se em Administração, em 2004, com ênfase em administração de empresas. Fez mestrado em História Econômica na FFLCH; em 2014, assunto o qual é tema do seu doutorado, ainda a concluir. Além disso, é mentor da revista Sartel.
Em entrevista com a nossa equipe, perguntamos quando um calouro pode fazer uso da experiência dele como técnico acadêmico, ao que ele respondeu:
“É quando o aluno estiver interessado sobre iniciação científica e quando tiver acesso à bolsa que o escritório terá uma atuação mais efetiva, mas nesse primeiro momento é mais para que se esclareça o que é esse escritório e no que pode auxiliar. Isso faz parte de políticas inclusivas da faculdade que dizem respeito à permanência. Por exemplo, o escritório pode ajudar muitos alunos que vêm de fora para adquirir algum tipo de auxílio na faculdade.”
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A vivência na faculdade por parte dos veteranos
A revista Sartel separou alguns relatos dos veteranos do curso de Letras da Universidade de São Paulo, nos quais eles nos contaram sobre a experiência deles com a faculdade. Alguns dos veteranos com quem conversamos estão no mestrado ou envolvidos com pesquisa acadêmica, já outros estão nos últimos semestres da faculdade planejando seus próximos anos como graduados, seja trabalhando na carreira acadêmica ou em alguma empresa. Contudo, todos concordam que a pesquisa científica é essencial para manter não só futuras oportunidades de emprego, mas também as portas da universidade para futuros pesquisadores, por mais que haja desvalorização no cenário científico, principalmente na área de Letras.
Sabemos que sonhar com a Universidade e estar nela de fato são duas coisas diferentes. Criam-se expectativas a partir do momento em que se lê o próprio nome na Lista de Aprovados e em seguida imaginamos as diversas possibilidades que o curso pode oferecer. Pensando nisso, decidimos perguntar para alguns veteranos sobre suas impressões, experiências e perspectivas futuras, a fim de preparar os calouros para o que os aguarda, e de exemplificar os caminhos que um beletrista pode tomar.
As primeiras impressões
Dois dos veteranos com quem conversamos apontaram pontos positivos como: o primeiro contato inesperado e marcante com a Linguística, a diversidade de pessoas no curso que promove diversificação nas relações entre os alunos, a ampla área disponível para pesquisa proporcionada pelo curso e, claro, a variedade das línguas oferecidas em habilitação, que promovem possibilidades de carreiras variadas. Porém, como sabemos, nada é perfeito, e foi exatamente o que outros veteranos apontaram na entrevista.
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Professora da USP, Ji Yun Kim, fala sobre o processo de tradução de "Atos Humanos"
Nascida em Gwangju, Coreia do Sul, Ji Yun Kim conheceu o Brasil em 2011 e se apaixonou pela música nacional e pela sonoridade do português. Concluiu seu mestrado em literatura brasileira em 2015. Vive no Brasil desde 2016, e hoje é professora de língua e literatura coreana na USP.
Primeiramente, perguntamos sobre as diferenças culturais entre os dois países que mais chamam a sua atenção:
" Bom, coreanos são quentes, parecidos com os brasileiros. Essa imagem que aqui se tem em relação aos asiáticos, que é mais quieto, mais tímido, mais introvertido, ao meu ver não cabe na cultura coreana (risos). Acho que porque aqui a comunidade japonesa é muito maior com mais longa história. Agora, a lista das diferenças pode não acabar, mas ultimamente tô pensando muito na diferença das maneiras como as pessoas se relacionam com os outros. Aqui é muito diferente da Coreia, é mais aberto, mais leve, mais fácil de começar, mais espontâneo, mais instintivo e por isso pode ser mais livre. Isso se aplica a todo tipo de relação entre as pessoas. E isso afeta em muitos lados da vida a partir das relações pequenas, como na rua, do dia a dia, até as mais sérias como no trabalho ou relacionamento. Ainda tenho dificuldade de entender os detalhes da diferença do dia a dia."
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Professora Mona Mohamad: a importância dos costumes árabes e suas traduções
A Professora Mona Mohamad Hawi é coordenadora do Curso de Língua Árabe do Centro de Línguas da FFLCH-USP, no departamento de línguas orientais (DLO), desde 2010. Formou-se em Letras (bacharelado e licenciatura) pela UNICEUB em 1984, e concluiu em 1997 seu mestrado na área de "Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas", pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Nessa instituição também fez seu doutorado, em 2005, na área de Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem.
A Revista SarteL entrevistou a Professora Mona a respeito de duas menções honrosas consecutivas, que recebeu pela recepção aos calouros de 2017 e 2018 na FFLCH.